Bicicleta e coronavírus

Roupa de ciclista, capacete ajustado, luvas, óculos, lanternas sinalizadoras, relógio fit bit para registrar o percurso e o comportamento do coração (bem importante na minha idade) e tênis (ainda não aderi à sapatilha clipada, morro de medo de precisar das minhas pernas curtas e elas permanecerem presas, rsrsrs). Ah, ia esquecendo do principal: máscara de algodão – protege do coronavírus, mas dificulta a respiração, especialmente quando mais precisamos de hemoglobina nas subidas do trajeto. Pneus da bike aferidos e pronto, estou pronta para pedalar.

Seguindo a onda do mundo, retornei ao pedal em plena época da pandemia da Covid-19. Logo eu, que estou muito mais para sedentária do que esportista, depois de ponderar os riscos, ler várias opiniões sobre o assunto e receber o incentivo do marido, retomei minhas pedaladas na tentativa de melhorar minha capacidade cardiorrespiratória.

E olhe que estou gostando! Imagine quando começar a fazer trilhas na natureza!? Será que o vírus do ciclismo me contaminou ou é apenas uma necessidade de sair à rua para respirar o ar fora do apartamento?

Acompanhando as notícias do mundo, percebo que sigo no mesmo sentido. A bicicleta é apontada como uma das soluções para enfrentar a pandemia.

A Europa está reabrindo devagarzinho e a bike tomou lugar de destaque no novo modo de viver. No Reino Unido, as vendas e os consertos desse veículo tiveram um boom significativo; sentido inverso de diversas atividades econômicas que foram afetadas pelas medidas de isolamento social.

A Itália, epicentro da pandemia no Velho Continente, aprovou diversas medidas, dentre elas uma ajuda financeira, limitada a quinhentos euros por equipamento e por pessoa, para compra de bicicletas até o final de 2020. Investimentos de milhões foram anunciados em vários países e cidades do mundo, para incrementar o seu uso.

O Ministério da Transição Ecológica e Solidária francês (olha que nome ecológico e solidário – tudo a ver com a solidariedade dos ciclistas!) anunciou um plano de vinte milhões de euros para incentivar a prática da bicicleta. Aquilo que estava sendo planejado para 2030 foi antecipado para 2020.

Calçadas estão sendo alargadas para o pedestre, ciclovias introduzidas ou ampliadas, estacionamentos para bike, bicicletas compartilhadas e, para os menos preparados fisicamente, bicicletas com assistência elétrica. Alternativas saudáveis para evitar o uso do transporte público que provoca aglomerações. Carro perdendo espaço nos centros urbanos.

A Holanda, um dos países do mundo onde a bicicleta prevalece como meio de transporte, servindo de exemplo para a implementação de práticas saudáveis. Lá, os ciclistas têm preferência até sobre o pedestre.

Delft | Holanda
Utrecht | Holanda

A bicicleta ganha espaço como meio de locomoção e o corpo humano agradece. Pedalar ajuda na luta contra o sedentarismo, fortalece e tonifica os músculos, melhora a capacidade pulmonar, reduz o colesterol, diminui a glicemia, normaliza a pressão, alivia o stress, melhora a imunidade. Um transporte ecológico que só gera benefícios.

Via Costeira | Natal/RN

Voltando ao nosso mundinho aqui em Natal, tenho encontrado vários ciclistas exercitando-se. O fechamento das academias deslocou as pessoas para prática do exercício ao ar livre. Na Via Costeira, com a brisa marinha a renovar o ar dos pulmões, é possível encontrar vários atletas, antigos praticantes ou mesmo iniciantes. O visual ajuda a aliviar os sintomas depressivos do isolamento social, sempre respeitando a margem de distância segura.

Agora é torcer para manter a pedalada e pedir para que nossos governantes sigam a postura do resto do mundo, adotando medidas que incentivem o uso da bicicleta como meio de transporte ou simplesmente como atividade física. O corpo, a mente e o planeta respiram e agradecem aliviados!


Acesse também: Motorista de ciclista, Minha ini(A)miga, a bicicleta, Um domingo diferente, Mont Ventoux – parte I e Mont Ventoux I – parte II.


BICYCLE RACE (Queen Cover) by Holmes, featuring Roy Shakked

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12 comments

  1. Que coisa boa! Andei muito de bicicleta. Adorava. Mas a coluna hj não me permite. O jeito é caminhar… e ler as aventuras dos amigos ciclistas!! Bjooo Elza! 😘😘

    1. Mirtinha, eu passei muito tempo sem pedalar, mas estou tentando voltar. Acho que a bike não interfere na coluna. Vale a pena tentar. Beijos.

  2. Muito bom esse relato.. Ainda estou restrições a corid-19,n voltei aos meus pedais..

    1. Obrigada Carlos, eu sou daquelas que acredita que o pedal ajuda na prevenção da Covid-19. Melhora o sistema cardiorrespiratório, alivia o stress e melhora a imunidade.

      1. Como eu gostaria de ver isso aqui no Brasil, pedalar é meu vício

        1. Pois é Sebastião, ainda temos que avançar muito em educação para chegar próximo da Holanda. Mas vamos pedalando…

  3. fico olhando da minha janela as pessoas pedalando e acho que vou comprar uma. sempre andei de bicicleta.

    1. Gracita, andar de bicicleta é o tipo de coisa que a gente aprende e nunca esquece. É um excelente exercício físico e ainda proporciona belos olhares. Vale a tentativa. Vamos em frente. Beijo.

    2. Ótimo relato, depende só de nós mesmo, quando bater aquele desânimo, não desista porque neste dia o Pedal vai ser melhor ainda, faça este teste.
      Voce vai ver o melhor vem sempre na chegada do Pedal.

      1. Oi Nogueira, estou fazendo força para chegar nesse estágio. Por enquanto, muito cansaço no final do pedal. Ainda aguardando para receber uma boa descarga de endorfina, kkkkk. Valeu pela força!

  4. Estou também voltando aos poucos para o pedal. Mandei revisar minha bike que já estava ficando enferrujada,e estou indo sozinha mesmo. Atividades ao ar livre sempre são muito prazeirosas e nessa época de pandemia, muito mais seguras.

    1. Oi Cláudia, é isso mesmo. Estou tentando pegar ritmo, mas é meio difícil, kkkk. A pedalada ajuda o corpo e a mente nessa época de pandemia. Vamos em frente, com saúde e disposição. Beijos

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