Velhos costumes do meu sertão – Resenha

O moleque fazia uma força danada para tocar o búzio, mas seus pulmões careciam de amadurecimento. Larga disso moleque, deixe eu chamar quem não está à distância do grito… – Ô de casa! – Ô de fora! – É de paz… Pela fresta da porta, viu alguém se aproximando… Assentada no alto, a casa grande está de janelas e portas abertas para o arejo, menos o quarto das moças, tapado […]

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Os Brutos – resenha

Bordado da artista Angela Almeida com trechos do poema Mealheiro de José Bezerra Gomes, na exposição “Moderno…pra contemplação dos olhos de hoje” | Pinacoteca do Estado do RN O Seridó está de barreira a barreira. As palavras fluem no fluxo das águas, carregam os sonhos de Sigismundo, que veio morar na Rua para estudar no grupo escolar municipal de Currais Novos.  Acolhido pelos tios maternos, sofreu o pão que o diabo amassou, mas soube […]

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Caatinga em brasas

As horas do final da tarde não são somente preciosas para a fotografia, mas essenciais para fugir do calor medonho do sol a pino. Enquanto tiravam a madorna após o almoço, peguei o carro e me embrenhei na caatinga. Ao longo do trajeto, a vegetação desnuda. Juremas entrelaçadas, umbuzeiros centenários, catingueiras e faveleiros; nada de folhas, nada de verde, somente troncos encarvoados, tostados pelo sol abrasador. O cinza imperando sobre […]

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Sertão, Seridó, Sentidos

Açude da Fazenda Ingá – Acari/RN Há sete anos atrás, em 07 de outubro de 2014, a Pinacoteca do Estado (Palácio Potengi), em Natal/RN, abria as portas para o lançamento, noite de autógrafos e abertura da exposição fotográfica do livro “Sertão, Seridó, Sentidos”. O livro reúne crônicas e fotografias da região do semiárido potiguar; uma verdadeira declaração de amor ao chão de raízes que carrego dentro de mim. Não esperava […]

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Mãos em trama

No dia mundial da fotografia, posto “Mãos em trama”, crônica publicada no livro “Sertão, Seridó, Sentidos”, que retrata a região em imagens e palavras. Piso os caminhos do Seridó. Nas poucas casas de fazendas habitadas, lamento a perda dos hábitos seculares, egoísmo de uma moradora urbana, na contramão do conforto trazido pela modernidade, agora acessível até para os que aqui ficaram. Conforto-me com a parede escurecida pelo fogão a lenha, […]

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Sertão noturno

Porque tem dias que a vontade de voltar às raízes bate com força. Saudades do Sertão, Seridó. Sono e sonhos embalados pelo chocalho dos ruminantes… Casacas de couro chegam aos ninhos vistosos, ecoando de sertão afora um canto inconfundível, avisando o cair da tarde. No poente, o sol derrama um laranja intenso, derradeiro esforço de luminosidade, esmaecendo rapidamente até revelar apenas vultos de serra, de árvores, de gente. Ao surgir […]

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Ouro branco

No dia que já foi considerado o Dia Nacional da Poesia, publico o poema “A Apanha”, de Zila Mamede. Aproveito a oportunidade para disponibilizar mais uma crônica do livro “Sertão, Seridó, Sentidos”. Um sonho sobre a época do Ouro Branco povoando nosso chão. Ouro branco Uma imagem confusa, embaraçada, clareando aos poucos. No meio do campo tingido de flocos brancos, vi-me pequenina, de bisaco a tiracolo, recolhendo, com certa dificuldade, […]

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Sabor preservado

Ler é um passatempo gostoso. Seguindo as linhas do livro “Comer é um sentimento”, do crítico gastronômico François Simon, deparei-me com a frase seguinte: “Ao concentrar-se em um lapso de tempo reduzido, um prato revela todo o seu sabor, o seu sal e a sua verdade”. As palavras ecoaram na minha mente e levaram-me à crônica sobre a comida sertaneja tão presente na memória gustativa da infância, revelando todo o […]

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