No Rastro das Águas – Capítulo 24

(…) As férias estavam acabando e José tinha que planejar seu futuro. Os estudos ainda não eram muito bem aceitos pelos fazendeiros, mas as viagens constantes de seu pai tinham permitido que ele desfrutasse de uma visão mais progressista. Sob a influência de amigos e comerciantes, Antônio não teve dificuldade em convencer José a estudar Agronomia, em Belo Horizonte. Sua futura profissão contribuiria para levar à frente as atividades de […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 23

(…) Na esfera familiar, Antônio Bezerra alcançava o ápice de sua carreira de comerciante, tendo acumulado uma fortuna considerável. Em 1924, construiu uma nova casa no lugar da antiga, de arquitetura arrojada para os padrões do município. Bem-humorado e conversador, sua casa logo virou ponto de parada para os ilustres seridoenses, em passagem por Currais Novos. Viajava constantemente, mas, quando estava em casa, primava pelas boas normas de educação e […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 22

(…) Findos os anos no internato do Colégio Pio X, transferiu-se para concluir o preparatório em Natal, no Colégio Diocesano Santo Antônio, que funcionava no convento Santo Antônio, sendo, posteriormente, encampado pelos Irmãos Maristas. Não estranhou sua chegada à Capital; seu impacto maior já tinha sido anos antes, em João Pessoa, bem mais novo e inexperiente. Tanto que no colégio Santo Antônio começou a despertar seu lado político. Foi escolhido […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 21

(…) Seus estudos prosseguiram no grupo escolar, entremeados pelas brincadeiras de que fazia parte. Certa vez, José resolveu participar da banda municipal, cujo presidente de honra era seu pai. A meninada reunida (Antônio Othon Filho, Sílvio Bezerra, Minéo, Antônio Chacon, Bila e Chico de Moisés Preto) resolveu fazer uma homenagem a um currais-novense peculiar. Seu Galvão era um pouco esquisito, só andava pelo meio da rua para não pisar na […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 20

(…) Mas aos poucos a saudade da caatinga foi tomando conta do seu interior. Passou a imaginar o quanto seria diferente se pudesse retirar o sal da água do mar e transportá-la para o sertão. A temporada passou rapidamente e logo, com pele bronzeada, teve que retornar aos antigos pastos, na expectativa do início das aulas e nas conversas que teria com seus amigos sobre sua experiência no litoral. O […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 19

(…) Confiante em sua pouca experiência, José passou a exibir-se. Numa dessas disparadas, caiu em cima das pedras em frente à casa antiga que agora era ocupada por Tano. Seu pai, com o espírito bonachão e brincalhão, depois de verificar a gravidade do ferimento, deu-lhe apenas uma chamada, pois a queda encarregava-se de dar-lhe uma lição. O tombo abriu uma ferida enorme no braço de José, que pela profundidade e […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 18

(…) A viagem era árdua. Passavam sede e fome. Quando superavam o calor massacrante das estradas, adentravam vilas e povoados, oferecendo seus serviços, deixando de lado a vergonha, mendigando, implorando por uma porção salvadora. Encontravam a hospitalidade e solidariedade sertanejas, mas por ali os recursos também eram escassos e tinham que prosseguir o caminho. Nos seus rastros, corpos inertes, esgotados, estendidos no chão. Os que conseguiram finalizar a proeza, no […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 17

(…) A chuva prolongou-se até agosto e ao final do ano tinha chovido mais do que o normal em Currais Novos, fazendo valer a boa fama de inverno dos anos de final quatro. Aquele não foi um ano comum. Parecia que Deus tinha aberto as torneiras do céu. Para os mais experientes, aquilo não era bom sinal; estavam antevendo um quadro dramático. Dia de São José, sexta-feira, 19 de março […]

Continue Reading