Dança e música no cinema

Foto capturada no site www.picanhacultural.com.br

Na mitologia grega, Zeus criou as nove deusas da arte para que elas cantassem e dançassem a vitória na batalha contra os Titãs. Terpsícore, a deusa da dança, atribuiu aos humanos a arte da dança, usando da sensibilidade para colocar o corpo em movimento. Euterpe, a deusa da música, foi encarregada de extrair o som dos instrumentos musicais.

A sensibilidade atribuída aos humanos pelos deuses permitiu a junção da música e da dança em várias formas de manifestações culturais ao longo da história. Bem distante da mitologia grega, já no século XX, a sétima arte une música e dança e proporciona cenas eternas para os apreciadores do cinema.

Em 1964, Anthony Quinn interpretou “Zorba, o grego”. A cena final é uma declaração de amor à alegria de dançar, quando seu passional personagem atende ao pedido de Basil (Alan Bates) para lhe ensinar os passos ritmados da música grega.

Bem mais adiante, já na minha adolescência, John Travolta lotou os cinemas e as discotecas com “Os Embalos de Sábado à Noite” (1978), interpretando Tony Manero como rei das pistas de dança. Fez o mundo reproduzir seus passos ao som dos hits da banda Bee Gees, contribuindo para a explosão da dance music.

A cena de abertura do filme “Hair” (1979), com Renn Woods cantando Aquarius, arrepia os cabelos dos expectadores. Os bailarinos hippies, coreografados por Twyla Tharp no Central Park, fazem até os cavalos dos policiais dançarem.

Em “Flash Dance” (1983), Irene Cara canta What a Felling, mas quem rouba a cena é Jennifer Beals interpretando Alex, a metalúrgica e bailarina, ao apresentar-se para seleção de um prestigioso conservatório de dança.

Aí chega o estilo comportado de “Dirty Dancing” (1987), que não tem nada de sujo a não ser na cabeça do pai de Frances (Jennifer Grey), por não aprovar o romance da filha com Johnny, empregado do resort. Patrick Swayse fez as mulheres suspirarem na final do concurso de dança, ao som de (I’ve Had) The Time of My Life, gravada por Bill Medley e Jennifer Warnes.

No mundo da dança, os ritmos e estilos são variados. Uma cena icônica do cinema é protagonizada por Al Pacino em “Perfume de Mulher” (1992), dando show de interpretação no papel do tenente-coronel Frank Slade. Cego, ele ensina à jovem Donna (Gabrielle Anwar) os passos dramáticos do tango Por Una Cabeza, de Carlos Gardel. 

Tarantino dá uma pausa na violência e produz uma cena de dança marcante em “Pulp Fiction” (1994). Mia Wallace (Uma Thurman) só quer diversão e acata ao pé da letra a determinação do marido Marsellus Wallace. Faz seu guarda-costas, Vincent Vega (John Travolta novamente), disputar o troféu de melhores dançarinos de Twist, marcando sua passagem no mundo do cinema ao som de Chuck Berry em You Never Can Tell.

Cenas de danças eternizadas pelo cinema fazem o espectador suspirar, dançar e movimentar o corpo até os dias de hoje, para deleite das deusas Terpsícore e Euterpe.


Zorba, o grego – Zorba dance
Saturday Night Fever – Bee Gees
Hair – Aquarius – Renn Woods
Flashdance – What A Feeling – Irene Cara
Dirty Dancing – Time of My Life – Bill Medley e Jennifer Warnes
Perfume de Mulher – Por una Cabeza – Carlos Gardel
Pulp Fiction – You Never Can Tell – Chuck Berry

Acesse também: Descoberta musical, Sonhando juntos e Música e adolescência.

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7 comments

  1. Os embalos de sábado a noite! Minhas irmãs mais velhas foram assistir! Eu não pude entrar era a partit de 16 anos! Mas… me.embalei do mesmo jeito!Amooo!!!

  2. Elzinha, você me trouxe alegria, uma felicidade que a muito tempo eu não sentia. Neste instante vc é Estrela de luz nesse momento de retiro do mundo. Te amo! Estrela!

    1. Oi querida! Tentando trazer um pouco de leveza nesse momento de tristeza e isolamento. Se cuide e fica com Nossa Senhora da Conceição. Beijo carinhoso!

  3. Crônica perfeita, Elzinha. E os vídeos nos trazem boas memórias. Perfume de Mulher é inesquecível. Mas, embora você não possa incluir tudo, senti falta de mais um com John Travolta e que marcou muito minha adolescência/juventude: Grease.

    1. Pois é amigo, de John Travolta tem Grease e Os Embalos continuam, vez muita gente dançar na nossa adolescência. Muito obrigada e fica a dica para uma crônica futura.

      1. Adorei relembrar esses vídeos maravilhosos.
        Crônica maravilhosa!

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