Felícia Leirner e o museu a céu aberto

“O que faço: arrumo, desarrumo, corto, emendo, arranjo, furo papel, pano, tudo que estiver ao meu alcance arrumando, desarrumando, modificando.

E daí, o que valeu? Valeu o que eu senti e modifiquei.” – Felícia Leirner

Valeu o que transmitiu através de suas obras. Distribuídas ao longo dos 35 mil m² do Museu Felícia Leirner, 85 esculturas das várias fases da artista provocam e instigam os visitantes.

O percurso por entre a vegetação da Serra da Mantiqueira e as esculturas estrategicamente localizadas permite ao apreciador da arte imergir na natureza e no universo dessa polonesa que adotou o Brasil como pátria.

Respirando o ar puro da cidade mais alta do Brasil, Felícia Leirner encontrou-se com a arte. Nascida em 1904 em Varsóvia, na Polônia, mudou-se para o Brasil em 1927 e, em 1962, trocou a cidade de São Paulo por Campos de Jordão em busca de uma vida junto à natureza.

Trazia na bagagem as aulas com o mestre Victor Brecheret e as esculturas de sua primeira fase. Em 1978, Felícia intensificou seu trabalho e inaugurou o Museu Felícia Leirner; em 1982, concluiu sua produção para o museu.

Felícia passou a dividir o tempo entre Campos do Jordão e São Paulo. Enquanto estava em Campos, visitava o museu diariamente e limpava pessoalmente as esculturas. Faleceu em São Paulo aos 92 anos de idade.

O legado da escultora está espalhado pelo mundo, mas é na cidade do interior paulista que está a maior e melhor amostra. Você percorre o caminho ladeado de esculturas em bronze, granito e as grandes peças em cimento branco, que foram produzidas com o auxílio dos trabalhadores da região.

Sua obra transita em cinco fases distintas. Entre razão e emoção, seguimos o percurso e elegemos alguns representantes de cada uma delas: “Mãe e Filha” da fase Figurativa; “Estruturação III” da fase “A caminho da abstração”; algumas da fase Abstrata; “A família”, “O mistério” e “O segredo” da fase Orgânica; e “Horizonte” da fase “Recortes na paisagem”.

A Família
Horizonte

Se a agenda permitisse, teríamos ingressado no Auditório Claudio Santoro (uma homenagem ao maestro falecido), principal palco do maior evento da música erudita da América Latina, o Festival de Inverno de Campos do Jordão.

Mesmo sem a música nos ouvidos, deixamos o corpo inalar a arte e o ar puro desse incrível museu a céu aberto.

Compartilhamos esse lugar e a alegria de uma viagem entre quatro mulheres: mãe, filha, cunhada e amiga. Sorrimos juntas, num momento só nosso sob as sombras das árvores, entre as esculturas e o aconchego do friozinho de Campos do Jordão no inverno.

Thaiza, Cecília, Elza e Heloísa

Clique aqui e faça um Tour Virtual pelo Museu Felícia Leirner.


OSB Apresenta – “Mourão” de César Guerra-Peixe/Clóvis Pereira
Auditório Claudio Santoro

Acesse também: Cinco mulheres e uma viagem, Alma renovada, Uma imersão na arte em Saint-Paul de Vence e Tarsila popular.

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3 comments

  1. Interessante descoberta!

    Obs. Morro de preguiça de digitar meu e-mail. Precisa ser obrigatório?

    1. Gostei muito dessa descoberta Denise. O museu é muito agradável por estar inserido no meio da mata.

      Infelizmente o programa é pré-formatado e exige o e-mail para fazer o comentário. Acho que para prevenir spams.

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