Ítalo Ferreira, campeão mundial – Foto divulgação WSL
Dia 11 de dezembro rolou o Round 32 do Billabong Pipe Masters. Primeira bateria, Ítalo Ferreira e Jadson Andre na disputa. Coração potiguar dividido, com uma tendência natural para Ítalo, porque disputa o título mundial e veste a lycra amarela.
Jadson eliminado, Ítalo avançou para rodada seguinte. Owen Right eliminado por Yago Dora. Filipe Toledo perdeu para Ricardo Christie, o neozelandês que teve a perna suturada na rodada anterior. Kelly Slater nos presenteia com um tubo perfeito no Backdoor, nota máxima, 10! Gabriel Medina avançou para próxima rodada e Jordy Smith foi eliminado por Jesse Mendes. Kolohe Andino também avançou para próxima rodada.
Supremacia brasileira segue firme na disputa. Ítalo Ferreira e Gabriel Medina garantem o posto de surfistas nas Olimpíadas Tokyo 2020. Parabéns aos nossos representantes.
Com Filipe Toledo e Jordy Smith eliminados, permanecem matematicamente na disputa apenas Ítalo, Medina e Kolohe. Meu sentimento segue a mesma sequência pelo título do WCT.
O mar subiu demais, suspendendo o campeonato. Dia a dia, a expectativa para o tempo permitir o surf. Dei para programar minhas atividades em função da possibilidade de o campeonato rolar.
Todos os últimos sete dias foram de expectativa para os torcedores, imagine para os competidores! De olho no Forecast, aguardava o aviso de “off for the day” ser trocado por “it’s on” no Havaí.
Hoje, finalmente, o campeonato foi retomado. Ferreira, de camisa amarela nº 15, entra na água contra Peterson Crisanto. O mar meio paradão e o coração acelerado. Faltando sete minutos para finalizar a primeira bateria, mesmo sem o mar ajudar, o surfista potiguar crava um 6.67 para tranquilizar a torcedora. Juntando com o 5,17, fecha 11,84 e avança para as quartas de final, eliminando Kolohe Andino da disputa do mundial, para delírio da torcida organizada na areia e espalhada no Brasil, colada na TV ou na Internet.
Primeira certeza: o título mundial é brasileiro, a ser decidido entre Baía Formosa (RN) e Maresias (SP).
Gabriel Medina, camisa vermelha nº 10, entra na água contra Caio Ibelli, vem logo à lembrança a etapa de Portugal e a questão da interferência. Três minutos para o final da bateria e apenas um somatória de 3,20 para Medina e 1,13 para Caio. Medina pega uma onda, faz um pequeno tubo e aumenta sua vantagem para 6,30, para delírio da Família Medina de amarelo na areia. Um minuto para finalizar a bateria, com preferência de Caio Ibelli, Gabriel capta a orientação de Charles e atrapalha a onda do oponente, fazendo interferência consciente e proposital, para impossibilitar uma possível virada do score. Sinceramente, não gosto dessa atitude, prefiro ver a disputa nas ondas. De toda forma, vai enfrentar John John Florence nas quartas de final. Kolohe eliminado no final da bateria por Michel Bourez.
Mais uma rodada de expectativa, o mar e a adrenalina subindo, torcida cerrada para o potiguar. Primeira bateria: Ítalo e Yago Dora. Boas ondas na abertura. Faltando 20 minutos, ondas de 6,83 para os dois atletas, mas vantagem de Yago. Ítalo pega um tubo incrível, tenta um mega aéreo e conquista 8,83, disparando na liderança. Avança para semifinal. Na entrevista, ele, a música, Deus e sua avó, falecida recentemente. Concentração e oração!

Na bateria seguinte, Kelly Slater avança para semifinal no último minuto e enfrenta o potiguar.
Na água, Gabriel Medina e John John Florence na terceira bateria das quartas de final. O vento sopra mais forte, as ondas começam a encrespar, o mar sobe. Gabriel abre vantagem com as notas 8,40 e 9,23, difícil John John superar a maior somatória do dia. O paulista segue para semifinal e enfrenta Griffin Colapinto.
Coração acelerado. Soa o sinal para início da primeira semifinal entre Ítalo Ferreira e Kelly Slater, este último, já campeão da Tríplice Coroa, um fenômeno do surf com 47 anos de muitas ondas. Ítalo estreia bem na bateria com uma nota 8,60, acrescenta 6,17 e vence a bateria. Seguindo o conselho de um amigo, não se comunica com o fenômeno do surf para não perder a concentração. O garoto de Baía Formosa faz história no surf mundial e está na final de Pipe Masters, disputando o título mundial do WCT.
Segunda semifinal, Medina e Colapinto. O brasileiro avança com certa facilidade. Final histórica e inédita. O Brasil dominando o surf, com Rio Grande do Norte e São Paulo na disputa pelo título mundial e o Billabong Pipe Masters.
Nem sei se consigo assistir, mas tenho que encarar. Não fiquei até agora para fugir da raia. Torcidas organizadas na praia. A torcida amarela é de Medida. Branca, azul e amarela pelo Ítalo, que parte na frente no score, duas ondas e um quase supertubo…
Faltando oito minutos para o fim, Ítalo pega um tubo, finaliza com um aéreo, obtendo 7,73 e aumenta sua vantagem. Contagem regressiva em quatro minutos para mim. Prioridade de Ítalo. Dois minutos e os dois surfistas colados. Último minuto e remada dos dois, Ítalo perde a prioridade, Gabriel tenta um aéreo, mas o mar estava para o potiguar.
Menino de praia, inquieto, elétrico, focado, feliz, um orgulho para seu povo. Um potiguar vencedor do Pipe Masters e campeão do WCT. Parabéns em dose dupla!!!!
Uma alegria para nós brasileiros e mais ainda para nós potiguares. Que venham as Olimpíadas! Estaremos firmes na torcida.
Acesse também: Entrevista com Jadson Andre e Surf nos anos 70.
2 comments
Bonito de ver (ler), seu entusiasmo pelo surf e competidor local!!!
Parabéns ao estado e ao Brasil por exportar valores em um,que se tornou esporte, pouco valorizado.
O surf e o tênis são dois esportes que me encantam. Torcendo forte pelo potiguar Ítalo Ferreira, que vai fazer bonito nas Olimpíadas, para valorização desse esporte que tem contato íntimo com a natureza.