Foto capturada no site da Officina della Bistecca
Seguíamos ondulando pelas colinas da Toscana, em pleno mês de outubro, quando o outono esparrama suas cores terrosas pelo ar. Saímos cedo do hotel em Radda in Chianti para percorrer os arredores, dirigindo sem pressa até a hora do encontro em Panzano in Chianti.
No carro estávamos eu, meu irmão, minha concunhada e sua cunhada. Todos acompanhantes dos ciclistas que escolheram essa região da Itália para pedalar. O friozinho gostoso da estação abrindo o apetite para a culinária italiana e a degustação de bons vinhos.
Os ciclistas acordaram cedo e partiram pelos campos de bicicleta até a Officina della Bistecca, onde a turma toda tinha uma reserva para o almoço por volta das 13h. A pesquisa na Internet revelou que o restaurante é comandado por Dario Cecchini, açougueiro que cozinha (como ele próprio diz), atualmente no comando da Antica Macceleria Cecchini, negócio que vem passando de pai para filho há oito gerações.
A Officina della Bisteca tem um ambiente despojado. O açougue fica na parte baixa; no nível superior, encontram-se duas grandes mesas onde os convivas compartilham a filosofia do lugar, que acredita em boa comida, bom preço e boa companhia!
Logo estávamos acomodados em uma das mesas, junto a uma família austríaca, com um casal e dois filhos pequenos, que desfrutava daqueles prazeres gastronômicos pela segunda vez. Os ciclistas, com o apetite pós-pedal, e nosotros, com o apetite de curiosos mesmos.
Um, dois, três, a diversão vai começar. Na mesa posta, o pão toscano, aipo e cenoura crua da própria horta, água com gás e sem gás e um bom vinho da casa. Um pequeno recipiente vazio, onde o habilidoso garçom – lembrando um dos personagens do programa “Os Três Patetas” – arremessa literalmente o Profumo di Chianti (um mix de sal e temperos secos) para ser misturado ao azeite e eis aí o nosso vinagrete.
O serviço é feito como um rodízio de churrascaria. Como acompanhamentos, feijão, batata al cartoccio e burro del Chianti. As carnes seguem uma sequência: Chianti crudo, Carpaccio di culo, Costata alla Fiorentina, Bistecca Panzanese e, finalmente, o ponto alto do almoço, a Bistecca Fiorentina. Apresentada por ninguém menos que o próprio Dario Cecchini, com todo seu talento de show man. A paixão pelo que faz exalando pelos poros e contaminando a todos. Realmente, o restaurante não é recomendado para pessoas com pouco apetite e que não aprecia a carne.
O almoço divertido, vibrante, temperado com o vinho da casa foi uma verdadeira celebração à vida e à amizade. A tradição italiana de bom humor, boa comida e integração à mesa no puro convívio ao estilo renascentista.
Na volta para o hotel, uma parte da turma seguiu de carro, os ciclistas foram de bike, embriagados pelas paisagens deslumbrantes, realçadas pela bebida do deus Baco.
Acesse também: Craquelando o sabor, Reiventando a cozinha e Herança saborosa.
6 comments
Sua memória fotográfica é incrível!!
Com essa riqueza de detalhe nos sentimos compartilhando esse momento.
Viagem boa que ficou na memória e agora é compartilhada com os leitores.
Deve ser interessantíssima uma visita a este local!
Oi Leila!
Se estiver na Toscana, vale um almoço (acho que para o jantar é muito pesado), tem que gostar de carne também.
O clima é de verdadeira confraternização ao redor da mesa italiana. Visita imperdível!
Não me lembrava de tantos detalhes, mas nunca esqueci aquele almoço.
A Toscana merece ser visitada várias vezes.
Alguns ciclistas quase não chegam de volta no hotel…rs
A Toscana merece inúmeras viagens. Muitos lugares a descobrir.
O almoço foi muito divertido!
O vinho quase não deixa alguns ciclistas chegarem inteiros ao hotel, kkkk.