Caju

Aécio Augusto Emerenciano, 2008 | Cajus e abacaxi Nos escritos antigos, leio referências aos frutos silvestres presentes em Natal do início do século XX: caju, guabiraba, camboim, ubaia, guagiru, murta. Desconheço o sabor de todos, exceto o caju, até hoje presente em nossas terras – a noz que se produz, na tradução do tupi-guarani. Inspirada no aprendizado indígena, debaixo dos cajueiros, pegando bicho-de-pé, numa trempe improvisada, fogo aquecendo latas velhas, […]

Continue Reading

Gargalheira ou Gargalheiras?

“O rio, estancado em açude, continua depois, em verde sinuoso de capinzais, copas de mangueiras, leques de coqueiros ou canaviais penteados pelo vento. Milhões de metros cúbicos de água-doce, fria e cheirosa – é que a água nos desertos também cheira – esbarrados pela muralha da parede, aninham peixes, criam vazantes, dão de beber à criação, fazem crescer raízes, caules, folhas, flores e frutos e se esclerosam em veias pela […]

Continue Reading

Tome assento

Acocorada, simulando ordenhar uma bezerra segurada por Tonico, em meio à infância nos currais da Cacimba do Meio, fomos fotografados por papai. A foto deve ser do início dos anos 70, bem depois de Sérgio Rodrigues idealizar o banco “Mocho” em 1954, inspirado no banquinho das leiteiras e alimentado na cultura popular brasileira. Os anos correram ligeiros, mas na minha cozinha da serra, sobre os ladrilhos das antigas casas de […]

Continue Reading

A escalada da Pedra da Boca

Das janelas de nossa casa, a pedra colossal é um convite permanente ao olhar contemplativo ou, quem sabe…, uma provocação para chegar até a boca escancarada. Aquele fim de semana era diferente. Família reunida para percorrer caminhos desconhecidos para alguns e terra batida para outros. A noite da sexta-feira foi um aperitivo das belezas do lugar. Friozinho gostoso, sentados ao redor do banco onde papai cruzava as pernas e fumava […]

Continue Reading

Chão dos simples

Lá do oco do mundo, circundado pela grande serra azul e distante, Manoel Onofre de Souza Júnior – o imortal contador de histórias – apresenta-nos personagens típicos do imaginário sertanejo. Gente entrançando em palavras bem traçadas, um rebuliço só. Tem aquele muito ancho, outros de mão abanando, a sinha sonsa, tem quem abra imbuança, aquele que remancha, o amarrotado, a espevitada, a desembestada, o feio que só a peste, a […]

Continue Reading

Comitiva do IHGRN revisita a viagem de Leão Veloso de 1861

Gustavo Sobral, Honório de Medeiros e André Pignataro 1861. A província do Rio Grande do Norte andava a cavalo e a burro e, saindo pelo rio Potengi, em Natal, a navegação de cabotagem ligava as pontas do Rio Grande pelo litoral e daqui para fora pelos competentes serviços da companhia de navegação pernambucana. A província compreendia o que é hoje o Estado do Rio Grande do Norte com uma área […]

Continue Reading

Cel. José Bezerra da Aba da Serra

Casa da fazenda “Aba da Serra” | Currais Novos/RN Recebi o convite da Associação Sertão Raiz Seridó para apresentar o Coronel José Bezerra de Araújo Galvão no programa “Conversa de Alpendre” da Rádio Mar e Campo, entrevistada por Kyvia Bezerra Mota, minha prima. Uma honra e a responsabilidade imensa em apresentar o nosso trisavô paterno, patriarca sertanejo que comandou o município de Currais Novos, desde sua criação em 1890, até […]

Continue Reading

Discurso sobre educação em 1883 – Atual e relevante

O Popular Instituto Literário do Ceará-Mirim foi uma sociedade fundada em 1883 no município de Ceará Mirim/RN, antes mesmo da Lei Áurea, para oferecer escola noturna e biblioteca a alunos carentes. Os discursos proferidos pelo Orador e pelo Presidente do Instituto, por ocasião da Sessão Solene de instalação da Primeira Escola Noturna e da Biblioteca, foram publicados pela Tipografia da Fábrica Apollo, em 1883, na cidade de Recife/PE. Em 2023, […]

Continue Reading