Apinhadas ou isoladas, as pedras equilibram-se pela força da natureza rude. Para os habitantes de ontem, serviram de esconderijo e proteção. Os abrigos foram aprimorados, as pedras passaram a sedimentar alicerces, solidez necessária para erguer paredes e coberturas.
Rochas exalam uma permanente robustez. Segurança necessária para abrigar gente, povoar a terra que lhe fez chão. Refúgio para intempéries da natureza, sol, chuva, vento, calor, frio, relento, inverno, verão.
Ganharam formas e embelezamento, viraram castelos, fortalezas, palácios, templos para acolher homens, deuses, santos e fieis. Edifícios foram adornados com pedras, muitas vezes preciosas. Inspiraram o povo simples a buscar o conforto em suas casas, criando lares.
Lar aconchego, refúgio, abrigo, conforto. Cada vez mais pessoas buscam transformar a sua casa no lugar preferido para estar, descansar, refazer-se da labuta diária e, por que não, o seu próprio local de trabalho? Entram em cena a arquitetura, a ambientação e o design, unindo formas, materiais, equipamentos, tecnologia e arte, imprimindo personalidade aos ambientes.
E a pedra presente. Martelada, bruta, polida, firme, assentada, decorando, revestindo, vestindo – casas e pessoas. Rochas em repouso que geram riquezas, extraídas do solo profundo, preciosidades garimpadas, lapidadas, novas formas que encantam e transmitem energia, poderes mágicos no contato com a pele. Pedra força, pedra beleza, pedra abrigo, pedra energia.
Texto para Casa Cor RN 2019, ambiente de Gracita e Sheila Lopes.
Poeta das Pedras
Homenagem a Dimas Ferreira (1954-2016)
Olhar sonhador
Olhar de poeta
Poeta das pedras
Pedra bruta
Natureza
Oficina no mato
Cercado de gatos
Na beira do mar
Mar de Acari
Gargalheira
Ponteiro, mão e marrão
Tanta peleja
Que virou escultura
Eterna
Obra-prima
Dimas Ferreira
Tanto sonhou
Que virou passarinho
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