Em pausa para recarregar, refleti sobre a importância de diminuir o ritmo de vida para resgatar hábitos saudáveis esquecidos. A desaceleração veio de forma impositiva pela força de um vírus traiçoeiro, que fez a humanidade repensar seu caminho; tempo de aprendizado.
Muitos estão optando pela volta às origens rurais, descobrindo belezas e riquezas bem próximas, sem a necessidade de longas jornadas. Nesse espírito, tenho frequentado quase semanalmente a região serrana do Agreste potiguar, construindo um sentimento de pertencimento.
E a minha ini(a)miga, a bicicleta, está fazendo parte desse caminho, revelando-me paisagens sob novos ângulos. Os aromas do campo sorvidos gradualmente nos passeios matinais.
Curral sem gado, mas com estrume pisoteado; tem feijão no fogo, o cheiro esparramado no ar – só faltou escutar o crepitar da lenha. Mais adiante, parece que tem doce de leite no tacho, que cheirinho bom! Uma goiabeira carregada e o casal apanhando de balde as frutas para render um doce saboroso, servido com queijo, obviamente.
Coração batendo forte, verdejando o olhar. O gado aproveitando a fartura do pasto. Cachorros valentes defendendo os seus territórios, ainda bem que estão na corrente. E eu pegando o jeito de pedal no mato.
Parece que muitos estão trilhando o mesmo caminho. Placas de vende-se por todo lado; terrenos sendo demarcados, braços fortes trabalhando em novas construções, em pleno domingo.
Entre Monte das Gameleiras e Serra de São Bento, no Rio Grande do Norte, são muitos os lugares a percorrer. Uma serra em flor abrigando casas, pousadas e hotéis para quem quer aproveitar a altitude, a beleza do lugar e o clima mais ameno no Nordeste brasileiro.


A transformação da região merece um post isolado. Vou me familiarizando com o terreno para compartilhar experiências com o leitor. Após a pandemia, o turismo local e o regional serão bem valorizados.
Mais uma ladeira, ainda bem que estou no sentido do alto para baixo. E como tudo que sobe, desce, as pernas aproveitam o descanso. Falta pouco agora, um empurrãozinho do marido, a filha lá na frente (como tem aptidão esportiva!) e, ufa, cheguei em casa.
Sensação de dever cumprido, meu corpo agradece. Células renovadas pelo ar puro do campo. Sempre é tempo para se reinventar, um resgate lento dos prazeres de uma vida bem mais tranquila.
Acesse também: Noite na serra, Celebrando a vida, Casa no campo e Rituais cotidianos.
2 comments
Ufa Elzinha…..muito prazeroso também poder desfrutar de tudo isso na companhia de vcs.
Você só torna esses momentos mais especiais, confirmando que está no caminho certo para curtir sua casa na serra.🤗