Sorriso de menino

Chegando à casa do seu bisavô, sede do esplendor de antanho, quando o Coronel José Bezerra guiava as rédeas do seu povo, buscou no velho limoeiro sinais de uma fotografia antiga, secular, na qual a família reunida deixava sua identidade para as gerações vindouras. O tambor e a caixa azuis de plástico são os únicos sinais de modernidade, contrastando com as marcas que o tempo impregnara na casa malcuidada. No […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 31

(…) Foram seis horas de uma viagem por um caminho nunca antes percorrido por Yvete, mas cheio de descobertas. A vegetação foi ficando mais escassa, retorcida, mas apresentava-se verde, consequência do bom inverno. O pôr-do-sol à sua frente, por detrás das serras, foi magnífico. Apesar da expectativa, sentia-se segura junto a José e um rubor lhe subiu às faces, pensando em sua noite de núpcias. Exaustos, encontraram Antônio Bezerra e […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 30

(…) Os carcarás da política tinham subtraído do Seridó um filho forte. Dr. Otávio foi enterrado de peitoral, traje típico daqueles que campeiam nas matas retorcidas do sertão, protegendo-os dos espinhos do caminho. Junto foi seu habeas corpus, inútil para conseguir sua liberdade. De combinação, dando os últimos retoques para colocar o vestido branco estendido sobre a cama, a cabeça de Yvete funcionava a mil por hora. Ao mesmo tempo, […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 29

(…) Chegou o dia de Yvete retornar a Ceará-Mirim e ele a Currais Novos. O moço elegante, viajado e conservador do sertão norte-rio-grandense provocou um interesse crescente na jovem senhorita. E ela, com seus ideais avançados, posto que vinha de uma região onde as transformações se processavam mais rápido, despertou admiração recíproca. O encantamento de José Bezerra pelos canaviais, que permaneceu tanto tempo adormecido, veio aflorar na pele de Yvete. […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 28

(…) Decidiu levantar a cabeça e os negócios. Seu pai era uma figura muito querida em seu meio e ainda podia contar com vários amigos influentes. Depois da estiagem de 1932, José foi convidado a trabalhar como agente da firma de exportação de algodão, Lafayette & Lucena, mantendo a antiga freguesia de seu pai, com quem se associava. A época coincidiu com a retomada da valorização do algodão, que passou […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 27

(…) No último mês do ano, em plena efervescência política, Jose Bezerra foi diplomado. Terminou o curso de Agronomia, mas não retornou imediatamente à sua terra. Devido ao desempenho verificado no decorrer do curso, e também por influência da família de sua noiva, foi nomeado para um patronato agrícola no interior de Minas Gerais. De passagem para fazenda Macacos, parou para observar o trabalho dos homens. Peles queimadas, braços fortes […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 26

(…) O acontecido foi manchete nos diversos jornais do Estado e José Bezerra lia cada linha com muita atenção, envaidecido com a coragem dos potiguares. Relatando o acontecido à sua noiva, pôde perceber o crescente entusiasmo de sua interlocutora. Atenta a cada palavra, Dulce deu asas à imaginação e viu-se em meio ao tiroteio, fantasiando cenas de mocinhos e bandidos, como nos filmes de faroeste americano, em que travavam um […]

Continue Reading

No Rastro das Águas – Capítulo 25

(…) A viagem pelo litoral brasileiro serviu para incrementar seu amor à praia. Durante o percurso, a rapaziada não pôde deixar de presenciar, dia-a-dia, a disputa pela beleza de cada pôr-do-sol. Incrementavam o repertório para o romantismo das declarações de amor às jovens de então. Fotos foram tiradas e, com toda a energia da idade, planejavam as ações para os próximos quatro anos na capital mineira. A viagem no vapor […]

Continue Reading