Imagem capturada no site do Shangri La Museum
Graças à tecnologia, é possível conhecer lugares incríveis sem sair de casa. Em 1933, o inglês James Hilton publicou o livro Horizonte Perdido, tendo como pano de fundo Shangri La, um lugar fictício situado nas montanhas dos Himalaias, sede de panoramas maravilhosos e onde o tempo parece deter-se em ambiente de felicidade e saúde, com a convivência harmoniosa entre pessoas das mais diversas procedências.
Doris Duke nasceu em 1912 em Nova Iorque, filha única de James Buchanan (J.B.) Duke, fundador da American Tobacco Company e da Duke Energy Company. Herdeira da fortuna do pai, aventureira, inteligente e independente, Doris usou sua riqueza para perseguir seus muitos interesses, que incluíam viagens, artes, preservação histórica, ambiental e horticultura ornamental.
Em 1935, Doris Duke casou com James Cromwell. Como última parada da lua de mel, o casal chegou a Honolulu, lugar que a encantou e se tornou uma de suas residências sazonais.
Nas suas temporadas no Havaí, Doris Duke foi a primeira mulher a se dedicar à competição de surfe sob a tutela do campeão de surfe e nadador Olímpico Duke Kahanamoku e seus irmãos.
Cativada pelas culturas que vivenciou durante sua lua de mel e apaixonada pelo Havaí, Duke projetou uma nova casa em colaboração com o arquiteto Marion Sims Wyeth. Esta casa se tornaria Shangri La, lugar que abriga a coleção de elementos importantes que representam a história islâmica, arte e cultura da Espanha, Marrocos, Egito, Síria, Irã, Ásia Central, Índia e partes do Sudeste Asiático.
Doris Duke e Cromwell divorciaram-se em 1943 e, em 1947, ela casou novamente, desta vez com o playboy e diplomata da República Dominicana, Porfírio Rubirosa, mas o casamento não durou muito.
Relações amorosas à parte, Doris Duke viajou o mundo e adquiriu uma extensa coleção de arte. Manteve a herança recebida e deixou sua fortuna, por testamento, para a fundação Doris Duke Charitable Foundation.
Após sua morte, em 1992, a fundação deu continuidade a seu legado de melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio de doações para artes cênicas, conservação da vida selvagem, pesquisa médica e bem-estar infantil, e por meio da preservação do legado cultural e ambiental de sua fundadora.
Sua casa em Honolulu transformou-se no museu que abriga culturas globais da arte e design islâmicos – Shangri La Museum of Islamic Art, Culture & Design está aberto ao público desde 2002, para promover o estudo e a compreensão da Arte e Cultura do Oriente Médio.
Lá estão expostos aproximadamente 4.500 objetos e recursos culturais. Muitas das primeiras compras de Duke serviram a um propósito funcional em Shangri La: ladrilhos para ornamentar paredes nuas e tapetes para cobrir o chão.
E por falar em tapete, o artista visual Faig Ahmed expôs em Shangri La entre janeiro e julho de 2019. Ele é natural do Azerbaijão e está entre uma nova onda de artistas contemporâneos que exploram o artesanato de maneira inovadora para produzir obras conceituais que fogem das convenções, trazendo-o para um contexto global de arte contemporânea.
As esculturas têxteis surreais de Ahmed incorporam e reinterpretam as técnicas tradicionais de tecelagem de tapetes de seu país natal em novas formas.
Para conhecer um pouco de Shangri La e Faig Ahmed, assista aos vídeos seguintes e viaje nesse mundo rico de tradição e arte milenares.
Acesse também: Yinka Shonibare CBE, Arquitetura na Rioja, Visitando a Oficina Brenand e Olhar Inverso.
2 comments
Deve ser um museu incrível. Quanto à Shangri-La de Horizonte Perdido, existindo, ficaria uma temporada por lá. Assisti ao filme com trilha sonora de Burt Bacharach.
Uma visita muito interessante, ainda mais tendo a beleza natural do Havaí a lhe banhar.
Parece que o mundo todo está precisando de um lugar chamado Shangri La. Abraço