Não nasci passarinho

Foto do pôr-do-sol

Não nasci passarinho, mas muito cedo aprendi a voar. Primeiro nos livros, onde a imaginação pode levar o leitor mundo afora. Depois na música, a depender do estado de espírito, voa-se alto no imaginário. Em seguida, ainda criança, descobri o encanto de estar acima das nuvens para chegar a lugares distantes.

Escutar aquele coraçãozinho batendo apressado no ultrassom, o choro estridente do nascimento e o balbuciar das primeiras sílabas são emoções gravadas para sempre na memória dos pais. A junção das sílabas e a leitura das primeiras palavras também provocam fortes sensações. Daí em diante, com o estímulo adequado, a criança ingressa no mundo encantado da literatura, chegando à adolescência e à fase adulta com asas para independência.

Na música, não é diferente. Até hoje lembro de meu pai gravando minha voz infantil no gravador de fita de rolo, entoando “A Banda”, de Chico Buarque, nem bem largara as fraldas. Pois é, nasci na década de sessenta, no auge da Bossa Nova, tornei-me adolescente ao som das bandas de rock. The Beatles (impossível destacar uma música somente), Rolling Stones ((I Can’t Get No) Satisfaction), Led Zepplin (Whole Lotta Love), Queen (Bohemian Rhapsody) e Pink Floyd (Another Brick In The Wall) fizeram-me voar alto, sem precisar das drogas tão presentes na juventude contestatória de então.

Olhando os adolescentes de hoje, os tipos de comportamento e as drogas utilizadas, será que minha geração foi mesmo tão contestatória assim? Ou seria apenas uma nova ideologia, vendo o futuro repetir o passado, pois o tempo não para, não para não.

Voltando à mixagem e o riff de Whole Lotta Love, deparo-me com um precursor da música em versão 8D. Ponho os fones de ouvido e deixo o cérebro viajar em 360° (vale a experiência!). Tenho gosto eclético, passando por compositores clássicos, MPB, forró (pé de serra mesmo), dance music, jazz, blues, surf music, pop rock, nacional e internacional…

Sigo nessa toada, reverenciando os clássicos, as bandas lendárias, as músicas eternizadas, mas com o caminho aberto aos novos talentos, tentando me manter atualizada. Deixar a poesia me invadir a alma ou será a melodia que me põe em transe?


Acesse também: Tommy nos dias atuais

Ouça:


Dica de filme: Bohemian Rhapsody

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8 comments

  1. Fortes somos nós, que atravessamos a adolescência cercada de amigos maravilhosos, mas que alguns eram adeptos as drogas e escapamos ilesas, sem deixar de “curtir” intensamente essa as musicas…. a música está presente em quase todos os momentos do meu dia. Amo!

    1. Oi Nildinha, escapamos ilesas. Alguns amigos ainda viajaram além da música, mas ao final, salvaram-se todos, kkkk.

  2. Como é bom ler aquilo que gostaríamos de escrever. Melhor ainda quando as palavras realmente nos atingem na essência sertaneja. Adiciono o álbum Tommy do The Who, o Black Sabath e a Banda Sweet.

    1. Oi João! Muito bom misturar a alma sertaneja com o rock clássico. Concordo com os acréscimos. Fiz até uma crônica sobre Tommy. Acesse Tommy nos dias atuais, tem o clip de Elton John em Pinball Wizard.

  3. 🎼🎼Como é bom
    viajar no tempo!!! 👏🏻👏🏻😘

    1. Boa noite Eliane, a música leva a gente para todas as épocas!

  4. Minha amiga e admirável mulher de sangue sertanejo,você me enche de orgulho e emoção,uma pérola da nossa literatura Potiguar, suas crônicas me transporta aos bons tempos da Rua Abdon Nunes onde escutava essas músicas maravilhosas na casa do nosso amigo Leonardo Flor!!!Bjo enorme Elza Bezerra😗

    1. Eita quanto elogio, Marisa! Essas mulheres de alma sertaneja são muito unidas, rsrs. Pois é, vamos compartilhando novos e antigos momentos. Bjs.

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