Marmelada de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo, Sítio do Pica-pau Amarelo. Numa cidade polichinelo, encontrávamos Emília e o Visconde de Sabugosa, boneca de pano e sabugo de milho que ganhavam vida na imaginação de Monteiro Lobato, para acompanhar as reinações de Narizinho, Pedrinho, Tia Nastácia e D. Benta.
Diversão garantida no finalzinho da tarde, depois das brincadeiras de rua, sem medo de arrancar chaboques de unhas e joelhos. O único medo era do ardor do merthiolate, mais temido que a Cuca e as travessuras do Saci.
A TV colorida começava a sedimentar-se nos lares brasileiros, peça única na sala, compartilhada por toda família. Por vezes era necessária uma boa antena ou um pedaço de Bombril – aquele do garoto propaganda de mil e uma utilidades – para afastar o chuvisco das imagens.
As séries ganhavam cores após o sucesso daquelas em preto e branco. Lembro bem das minhas favoritas, que me levavam a um estado de euforia. Os Três Patetas garantiam boas risadas. Os Monkees devem ter sido minha primeira experiência assistindo a videoclipe.
O toque da corneta anunciava As Aventuras de Rin-tin-tin, o famoso pastor alemão e seu dono, o cabo menino Rusty da cavalaria americana. Inspiração para o brinquedo forte apache, desejo de muitos meninos na infância.
Em tempo de corrida espacial, Jeannie é um gênio e fazia tudo para agradar seu amo, o major astronauta Anthony Nelson; bastava cruzar os braços e um leve toque na cabeça. Quando contrariada, retornava para o conforto de sua lâmpada mágica.
A Feiticeira seguia a mesma linha do imaginário ganhar vida. Samantha mexia a ponta do nariz e as complicadas tarefas diárias eram resolvidas como um passe de mágica, mesmo diante dos pedidos do marido James para não utilizar os poderes da bruxa mais simpática da televisão.
Ainda nos divertíamos assistindo aos super-heróis Zorro, Batman e aos desenhos da Pantera Cor-de-Rosa. A relação é extensa, fica a cargo de cada um relembrar os seus programas favoritos.
O sonar do submarino apresentava Viagem ao Fundo do Mar, um mergulho no mundo subaquático com lances de terror diante de criaturas inimagináveis. Das águas profundas para o espaço sideral. No futuro “1997”, uma nave é lançada para colonizar o planeta Centauro. A missão é sabotada por Dr. Smith e os tripulantes tornam-se Perdidos no Espaço.
Logo chegamos ao Túnel do Tempo. Gostava mesmo quando Doug e Tony entravam na máquina do tempo e iam parar em épocas passadas, tentando evitar tragédias históricas. Uma viagem ao futuro incerto não me atraia muito; uma previsão inconsciente para o declínio da TV como diversão.
Hoje, prefiro a beleza do sol nascente, os rios de prata, pirata, voo sideral na mata e o universo paralelo do Sítio do Pica-pau Amarelo.
Aberturas dos programas
Relembre as aberturas dos programas citados no post:
Acesse também: Dança e música no cinema, Os Beatles em Yesterday, Sonhando juntos, Brincadeiras de rua.
6 comments
Elza, você tem estilo. Escreve lindamente! Leva junto o leitor naas suas viagens. Um prazer lê-la. Parabéns! Artur Marinho.
Bom dia Artur! Seu elogio é uma honra para mim. Fico muito feliz! Muito obrigada, abraços.
Oi! Adorei sair do mundo de hoje para esse mundo de ontem! Mesmo tendo idade para ser sua mãe, penso que assisti tudo isso que comentou. Abraço.
Oi Denise, um mundo onde os programas televisivos traziam diversão para o telespectador, muito diferente de hj. Abraços
Adorei Elzinha! Um verdadeiro retorno no tempo. Tinha um programa de faroeste que eu tb gostava muito que era “Paladino o defensor da justiça”, além de “Zorro”, é claro!👏👏👏
Oi Aninha! A gente vai lembrando de muitos programas legais. O faroeste fazia sucesso. Lembro de Paladino, Daniel Boone…